15 de outubro de 2007

FLEXIGURANÇA

Ultimamente ouve-se falar muito de flexigurança, termo importado do norte da Europa e que, alegadamente, significa flexibilidade e segurança no trabalho.
O Governo, subserviente ao capital e autista às justas reclamações dos trabalhadores, está empenhado em importar este conceito para Portugal.
Os primeiros passos já foram dados: a Comissão do Livro Branco já divulgou o seu relatório provisório com as suas recomendações para a alteração da (péssima) Lei do Trabalho de Bagão Félix, os Ministros do Trabalho da UE já reuniram em Guimarães e os media, obedientes, já trataram de divulgar o conceito e as alegadas intenções do Governo. Aparentemente haverá interesse da parte do Governo em aumentar os níveis de protecção social enquanto aumenta (ainda mais?!) a flexibilidade dos Trabalhadores.
Espanta verificar até que ponto chega o descaramento do Governo. Após ter retirado os meios de fiscalização e intervenção à Inspecção Geral de Trabalho, de promover a precarização ilegal nas suas empresas (das quais o grupo Caixa Geral de Depósitos é o melhor exemplo) e dar, através dos seus actos, carta verde ao capital privado para fazer o mesmo com impunidade, vêm agora tentar convencer-nos que o que querem é promover a segurança dos trabalhadores.
Agora, após ter conseguido promover a precariedade e o desemprego de quase metade da população trabalhadora, o Governo vem, com a flexigurança, acabar com o restante, ou seja, os trabalhadores com contrato permanente.
Assim, o capital tem o caminho livre, com a bênção oficial do Governo (que deveria representar o povo), para aumentar ainda mais os lucros destruindo à descarada o pouco que ainda resta à classe trabalhadora.
Por paradoxal que seja, quanto maiores são os lucros do capital, mais direitos são ¬¬¬perdidos pela classe trabalhadora. Regressamos a passos largos largos ao século XIX!

Não podemos permitir isto!! .

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